Os Animais
Mutum do sudeste (Crax blumenbachii)
Espécie endêmica da Mata Atlântica de baixada, passa a maior parte do
tempo no solo, onde se alimenta de frutos e sementes, e se empoleira para
dormir e nidificar. Atualmente é encontrado apenas em 11 localidades em
Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, habitando matas primárias ou em
avançada regeneração, sendo muito sensível à caça, alteração e fragmentação
de seu habitat.
Papagaio de peito roxo (Amazona vinacea)
Caracterizado pela coloração arroxeada do peito, este papagaio habita
as florestas frias, principalmente matas de araucárias, formando grandes
bandos. Antes encontrada desde a Bahia até o Rio Grande do Sul, hoje restringe-se
ao sudeste e sul do Brasil. A destruição de seu habitat preferencial e
a captura pelo tráfico são grandes ameaças á sobrevivência da espécie.
Lobo guará (Chrysocyon brachyurus)
É uma espécie de pernas longas, coloração alaranjada e orelhas grandes,
que habita ambientes abertos como campos e cerrados. Ocorre no Brasil
central, áreas do sudeste e sul. Alimentam-se de frutos e pequenos vertebrados,
sendo injustamente acusados de predação de aves domésticas, o que leva
a sua perseguição e abate, o que, aliado a atropelamentos, ameaça a espécie.
Gato do mato pequeno (Leopardus tigrinus)
O menor felino brasileiro é um animal solitário, de hábito noturno, que
habita o solo, mas é capaz de escalar árvores com facilidade, sendo encontrado
em todos os biomas do Brasil. A gestação de cerca de 2 meses gera apenas
um filhote. Embora possa adaptar-se a áreas modificadas pelo homem, a
redução das áreas naturais ameaça a sobrevivência da espécie.
Onça pintada (Panthera onca)
Maior felídeo das Américas, ocorre por todo o Brasil, ocupando florestas
densas da Amazônia e Mata Atlântica, áreas de Cerrado e Caatinga e o Pantanal.
Necessitam grandes áreas com boa quantidade de presas para viver, sendo
a redução de habitat e o isolamento ameaças à espécie. Os conflitos devido
a predação e os atropelamentos são também fatores de impacto sobre as
populações.
Onça parda (Puma concolor)
Segundo maior felídeo das Américas, é encontrada em todos os biomas brasileiros.
Animal de hábitos noturnos e terrestres, escala árvores com facilidade.
Pode gerar de 2 a 4 filhotes em gestação de cerca de 90 dias. A caça,
o desmatamento e fragmentação de áreas naturais, a redução da disponibilidade
de presas e os atropelamentos são ameaças à sobrevivência da espécie.
Arara vermelha (Ara chloroptera)
No Brasil ocorre desde a Amazônia até o oeste do Piauí, Bahia, Minas Gerais,
Mato Grosso do Sul e São Paulo. Mede até 90 cm e pesa até 1,5 kg. Os ovos
medem cerca de 5 cm, com incubação feita apenas pelas fêmeas em um período
de 29 dias. Ameaçada devido ao desmatamento e principalmente a captura
de filhotes para o comércio ilegal.
Lontra (Lontra longicaudis)
Ocorrência na Amazônia, cerrado, mata atlântica, pantanal e campos do
sul. Alimenta-se de peixes, crustáceos, répteis, aves e pequenos mamíferos.
Possui geralmente hábito noturno. Os machos desta espécie apresentam hábito
solitário e só se juntam à fêmea para reprodução. As principais ameaças
são perda de habitat, poluição da água e caça.
Cateto (Tayassu tajacu)
Habita florestas de montanha, desertos, cerrados, savanas e zonas úmidas.
O adulto mede de 75 a 100 cm e 45 cm de altura, com peso variando de 14
a 30 kg. Batem os dentes quando se sentem ameaçados. São predominantemente
herbívoros. A gestação é de 145 dias nascendo de um a quatro filhotes.
Precisam de áreas extensas e contínuas para obtenção de recursos, motivo
provável de ameaça de extinção, além da caça.
Urubu rei (Sarcoramphus papa)
Ocorre em florestas densas e áreas abertas adjacentes. Devido à baixa
reprodutividade da espécie e a degradação do seu habitat, é uma espécie
cada vez mais rara. Possui envergadura que varia de 170 a 198 cm e peso
de 3 a 5 kg. Ave diurna de grande importância ecológica, já que se alimenta
de carcaças. Sua distribuição se dá em todo Brasil, sendo mais comum no
norte, nordeste e centro oeste.
Arara Canindé (Ara ararauna)
Habita florestas úmidas, matas de galeria, buritizais e palmais diversos.
Também conhecida como arara amarela, mede cerca de 80 cm. Migra em certas
épocas do ano, em busca de alimento. Desloca-se grandes distancias durante
o dia, alimentando-se basicamente de sementes, frutas e nozes. Uma das
araras mais apreciadas em cativeiro, sendo este o principal motivo de
ameaça.
Mutum de penacho (Crax fasciolata)
Vive aos pares ou pequenos grupos familiares. Ave ocorrente no sul do
Amazonas, Maranhão, e do Brasil central até o oeste de São Paulo, Paraná
e Minas Gerais. Em risco de extinção principalmente devido à caça e perda
de habitat. Mede cerca de 83 cm e pesa em média 2,5 kg. Macho todo preto
com a barriga branca e fêmea com barriga cor de canela. Alimenta-se de
frutas, folhas e brotos de plantas.
Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)
Rosto alongado e fino, grande língua com saliva pegajosa e garras fortes
são evidências da adaptação do tamanduá a uma alimentação exclusiva à
base de formigas e cupins. Solitário, encontra parceiros apenas para a
reprodução. Nasce um filhote após gestação de 190 dias. Habita cerrados,
campos e florestas úmidas das Américas do Sul e Central. A espécie é vítima
de atropelamentos, incêndios e caça ilegal.
Anta (Tapirus terrestris)
O maior mamífero terrestre do Brasil, atingindo até 300 kg. Possui narina
longa e flexível semelhante a uma tromba. É excelente nadadora. Alimenta-se
de folhas e frutos, sendo importante dispersora de sementes. Filhotes
são manchados de branco para se camuflar. Possui hábito predominantemente
noturno. Desmatamentos e caça ilegal são as principais ameaças à espécie.
Mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas)
Vive em grupos de até 12 animais, no qual há apenas uma fêmea reprodutora
que gera dois filhotes por gestação. Alimenta-se predominantemente de
frutos e insetos. Vive cerca de 15 anos. Dorme em oco de árvores. Ocorre
no sul da Bahia e nordeste de Minas Gerais. Desmatamentos e comércio ilegal
reduziram severamente sua população.
Sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita)
Vive em grupos de até sete animais. Alimenta-se de frutos, goma de árvores,
insetos, ovos e pequenos vertebrados. Habita as florestas da Mata Atlântica,
do Rio de Janeiro e Minas Gerais a São Paulo. A espécie sofre com o desmatamento,
captura e comércio ilegal e introdução de outras espécies de saguis invasores,
como os de tufo-branco e de tufo-preto, com os quais competem e hibridizam.
Bugio-ruivo (Alouatta clamitans)
Vive em grupos de até 15 indivíduos. Alimenta-se de folhas e frutos, sendo
importante dispersor de sementes. Sua voz rouca e forte pode ser ouvida
até 5 km de distância. A cauda preênsil é usada como quinto membro. Vive
cerca de 20 anos. A gestação é de 185 a 195 dias, nascendo apenas um filhote.
Habita as florestas da Mata Atlântica, do Rio de Janeiro ao Rio Grande
do Sul, e também da Argentina.