Assistência Social e sociedade civil discutem o Serviço de Acolhimento Familiar

Terça, 06 de Agosto de 2019 - 18:33

Mais de 80 pessoas, entre funcionários da rede socioassistencial e organizações da sociedade civil, participaram nesta terça-feira (6) do 1º Seminário Municipal sobre Acolhimento Familiar, no Adamastor Centro, cujo objetivo foi discutir e divulgar o Serviço de Acolhimento da Criança e do Adolescente na modalidade Família Acolhedora. A abertura do evento foi feita pelo secretário de Desenvolvimento e Assistência Social, Alex Viterale, que representou do prefeito Guti.

Viterale apresentou os avanços obtidos pelo Serviço Família Acolhedora. “O projeto saiu do papel. Iniciamos por meio de execução direta, mas tivemos dificuldade de captar famílias. Por meio de chamamento público, ele hoje é executado de forma indireta pelas organizações da sociedade civil Instituto Forte e Casa Amor ao Próximo, mas monitorado pela Assistência Social e pelo Ministério Público. Temos que brindar e comemorar este avanço. Atualmente temos oito famílias aptas ao acolhimento. O Família Acolhedora é mil vezes melhor que a institucionalização.Há muito a avançar e estamos no caminho certo”, disse o secretário.

A promotora de Justiça da Infância e da Juventude, Natalie Riskalla Anchite, destacou o esforço empreendido para a implantação do serviço em Guarulhos. “O Ministério Público é um entusiasta do acolhimento familiar e muito esforço foi feito de nossa parte para implantar este serviço. A realidade das nossas crianças vem mudando na cidade e temos muito a avançar. Nos últimos anos a gente vem caminhando para possibilitar condições muito melhores às crianças em situação de risco, que são as mais necessitadas. Tudo o que estiver ao alcance do Ministério Público e da sociedade deve ser feito para garantir condições melhores às crianças”, afirmou a promotora.

A secretária adjunta de Assistência Social, Claudia Papotto, ressaltou a importância do evento. “Este seminário nos mostra a importância de acreditarmos no ser humano, oferecendo proteção e cuidados às crianças na sua capacidade de viver novas experiências construindo uma sociedade mais justa, igual e de cidadania plena”, disse Papotto.

Everaldo Barbosa, presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), abordou a participação da entidade na implantação do Serviço Família Acolhedora. “É uma honra estar aqui. O CMDCA e o Conselho Municipal de Assistência Social participaram efetivamente das discussões para a aprovação desta política pública. É um marco para a cidade iniciar de fato este caminho para num futuro suplantarmos o modelo de acolhimento institucional”, disse Everaldo.

Assistente social e especialista em violência doméstica contra crianças e adolescentes, Jane Valente abordou o tema “Desafios e Possibilidades de Acolhimento Familiar”. Autora do livro Família Acolhedora: Relações de Cuidado e de Proteção no Serviço de Acolhimento e consultora da Rede Latino-Americana de Acolhimento Familiar (Relaf), Jane fez um breve histórico do surgimento da Família Acolhedora há 22 anos em Campinas. “É uma política pública em que nós, de Campinas, acreditamos. Sempre olhamos para Guarulhos como uma cidade muito parecida conosco e temos muitas informações a trocar”, disse.

De acordo com a especialista, a sociedade deve olhar o futuro. “Nós adultos temos que cuidar das próximas gerações, antes e depois do nascimento. E por que acolher em Famílias Acolhedoras? Porque estamos convidando os cidadãos a cuidar de suas crianças. É uma ação de cidadania antes de tudo. Acolhemos para prepará-las para o mundo”, disse Jane.

Já o tema “As vantagens do Acolhimento Familiar” foi ministrado pela coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar do Instituto Fazendo História, Lara Naddeo. 

Acolhimento Familiar

A artesã Lilian Sobral Belunas, 47 anos, tem dois filhos com idades de 18 e 11 anos. Pela segunda vez ela irá acolher uma criança. “Nesta quarta-feira (7) deve chegar outra menina. Foi muito importante nossa família acolher. Era um bebê de três meses que ficou conosco por 48 dias até que foi para a família adotiva. O sentimento é de que podíamos fazer mais pelo próximo”, contou Lilian, que soube do Serviço Família Acolhedora pelo Facebook. Ansiosa, ela aguarda a chegada da outra menina. Desta vez, com um ano e um mês.

Fotos: Fábio Nunes Teixeira / PMG