Educação para romper desigualdades é tema de palestra na Justiça

Segunda, 05 de Novembro de 2018 - 18:15

A Secretaria Municipal de Justiça realizou na manhã desta segunda-feira (5), a palestra Zumbi dos Palmares: Educação como ferramenta para romper as desigualdades. A atividade, que abriu a programação do Novembro Negro, contou com a presença de advogados e estudantes de direito da cidade.

“Precisamos tratar o cidadão brasileiro de forma uniforme, combatendo as desigualdades, sejam elas geradas por cor, raça ou gênero. Dados alarmantes mostram que numa faixa de 10% da população que está à margem da sociedade, cerca de 70% são negros, pessoas que dependem de ações públicas, do nosso trabalho. A desigualdade é muito grande”, comentou o prefeito Guti.

A abertura foi procedida da apresentação musical de Fernanda da Silva Batista de Moura e Daniel Magno Peixoto. Em seguida, o secretário de Justiça, Airton Trevisan, falou sobre a causa negra e a batalha travada diariamente. “Apesar de viver numa sociedade miscigenada, o período escravocrata ainda é algo muito recente na nossa sociedade e os impactos da escravidão ainda estão presentes. No Novembro Negro é o momento de celebrarmos os esforços da população negra e parda e refletir sobre o nosso papel nesse processo”, disse Trevisan.

O palestrante convidado foi o advogado Robson Ferreira, que é o coordenador do Curso de Direito da Faculdade Zumbi dos Palmares. Ele falou sobre as políticas afirmativas e mostrou índices muito baixos de negros em diferentes áreas do mercado de trabalho e do direito.

Para o subsecretário de Igualdade Racial da Secretaria de Direitos Humanos, Anderson da Silva Guimarães, os baixos índices de negros em determinadas áreas é prova de como o racismo ainda é muito forte no país. “O futuro do Brasil está na política afirmativa destinada ao povo negro. Veja o SUS, aproximadamente 67% das pessoas que utilizam os serviços do SUS são negros, mas não foi pensado para a população negra, o trabalho é baseado numa amostragem branca. Estou falando de um racismo estrutural, aquele que molda as relações, aquele que direciona uma sociedade, um conjunto de pessoas para um fim, previamente pensado”, ressaltou.

Estiveram presentes ao evento o presidente da 57º Subseção da OAB e professor do Centro Universitário da FIG/Unimesp, Alexandre de Sá Domingues; o procurador da USP, mestre e doutor pela PUC/SP, Aloysio Vilarino dos Santos; o advogado e secretário da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/GRU, Jonathan Feliciano; a coordenadora da Faculdade de Direito da FIC Unimesp, Ossanna Chememian, juntamente com os docentes Rosana Ferraro Monegatti e Marcelo Mariano Pereira; e a assessora da Prefeitura Elóa Borges, entre outros.

Realizada pela Secretaria da Justiça, a atividade contou com apoio da Faculdade FIG-Unimesp; OAB de Guarulhos e Subsecretaria da Igualdade Racial.

Imagens: Márcio Lino/ PMG