Prefeitura promove oficinas para o enfrentamento de HIV/Aids

Quarta, 24 de Outubro de 2018 - 18:30

Na última terça-feira (23), a Secretaria de Saúde reuniu mais de 100 pessoas no Salão de Artes do Adamastor Centro (Macedo) para a realização de oficinas que contribuirão para a elaboração da Programação de Ações e Metas (PAM) para o ano de 2019. Ou seja, ações para enfrentamento às epidemias de HIV/Aids, além de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) e hepatites virais.  

Na ocasião, foram apresentadas ocorrências notificadas em Guarulhos, que neste ano registrou 95 casos de Aids, 23 de gestantes HIV positivo, 141 de hepatites, 163 de sífilis em gestantes e 70 de sífilis congênita. Segundo o coordenador do Programa IST/Aids e Hepatites Virais, Ricardo Fernandes Gambôa, diante desses números, a boa notícia são os avanços obtidos neste último ano, como a capacitação de 100% dos enfermeiros da Rede Básica de Saúde para a execução dos testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites B e C. “Em parceria com a Rede Cegonha, foi implantado um ambulatório para seguimento dos casos de sífilis congênita e um comitê para a investigação de todos os casos de crianças expostas à Sífilis e ao HIV durante a gestação”, completou.

Recentemente, a Secretaria de Saúde também passou a ofertar a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, no Centro de Testagem e Aconselhamento Ubiratan Marcelino dos Santos, primeiro serviço na cidade a disponibilizar a estratégia,  além de capacitar profissionais da rede de serviços de urgência e emergência para a oferta de profilaxia pós-exposição (PEP).

Enquanto a PrEP é o uso preventivo de medicamentos antirretrovirais antes da exposição ao vírus do HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com vírus, a PEP é utilizada por pessoas após terem tido um possível contato com o HIV, em situações de violência sexual, relação sexual desprotegida ou acidente com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico. Vale ressaltar que a PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, mas sim para os públicos prioritários: homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, trabalhadores/as do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).

No campo das hepatites virais houve o fortalecimento das ações de vigilância. Já os próximos desafios incluem a organização da rede para a realização da notificação da criança exposta às hepatites durante a gestação, tal qual é feito em relação ao HIV. Quanto à prevenção do HIV, Ricardo Gambôa afirma que se faz necessária a otimização das ações voltadas às populações-chaves, as mais afetadas pela epidemia, que são os jovens. “Para a qualificação da assistência, fortalecer o vínculo dos usuários aos serviços especializados e estreitar o diálogo entre os diversos pontos de atenção para o cuidado compartilhado são metas essenciais”, concluiu.

O evento contou com moderação da drag queen Luciana Marinatti, que desenvolve importante trabalho social em Guarulhos, e participação de profissionais das secretarias municipais de Saúde, Direitos Humanos e de Educação, além da Diretoria Estadual de Ensino Sul e Secretaria da Administração Penitenciária do Estado, bem como do Conselho Municipal de Saúde.

A sociedade civil esteve representada pelo Instituto Vida Nova, Grupo de Incentivo à Vida (GIV), Instituto Diet de Guarulhos, Movimento Nacional das Cidadãs Positivas, além de outras pessoas que desempenham papel importante na luta pelos direitos dos LGBTs e Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA) no município de Guarulhos.

Ricardo ainda destacou que a realização das oficinas permite a elaboração do planejamento para o ano seguinte de forma participativa e democrática. “Há os mais diferentes atores reunidos, todos debruçados um dia inteiro sobre a epidemia de IST/Aids, pensando e planejando juntos, estabelecendo algumas parcerias e fortalecendo vínculos. Esse é a grande importância da realização dessas oficinas” finalizou Gambôa.