Quem chegou nesta quinta-feira (28) ao parque Júlio Fracalanza, na Vila Augusta, pela manhã deparou com grande movimentação impulsionada pelas atividades em apoio às campanhas de valorização à vida (Setembro Amarelo) e à saúde da pessoa idosa (Setembro Verde), bem como pela quarta edição do Sarau no Parque. Nem mesmo o frio e a chuva desanimaram as cerca de 150 pessoas que participaram ativamente da programação.
A Rede de Atenção Psicossocial, inclusive representada por servidores de todos os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Guarulhos no evento, promoveu a oficina de estêncil e grafite, além de realizar a terceira edição da intervenção urbana "Prevenção ao suicídio: todos pela vida", que consiste em decorar árvores com arte feita em crochê amarelo pelos próprios frequentadores do parque para chamar a atenção para o tema.
A proposta deu certo antes mesmo de ser concluída. Selma Aparecida Felix Pinho, de 65 anos, enfermeira aposentada, chegou até o grupo de crochê enquanto caminhava pelo parque. “Perdi meu marido há um ano e meio e enquanto caminhava por aqui, perdida entre as árvores, na semana passada, encontrei esse grupo de crocheteiras, que me recebeu com amor e carinho após eu me apresentar. E, em poucas horas, o que era uma crise de ansiedade e depressão, que durava um ano e meio, fui curada graças a esse grupo”, compartilhou, emocionada.
Selma, que participou ativamente no sarau, destacou que a experiência a mostrou que há muitas coisas lindas na vida. “Não precisamos nos isolar do mundo. Devemos estar abertos, pois podemos encontrar um ombro amigo que nos cura, mesmo sem saber o que estamos passando. Isso é o mais importante”, enfatizou.
Isaac Ferraz de Oliveira, de 52 anos, também presente no sarau, é um usuário do projeto Tear, serviço da Rede de Atenção Psicossocial, há 18 anos e praticante assíduo das danças circulares que ocorrem mensalmente no Bosque Maia. Ele compartilhou seu entusiasmo com o sarau. “Eu gostei muito das músicas, da dança. Tudo isso me fez muito bem”, contou após tocar pandeiro em algumas canções apresentadas por outros participantes.
O Sarau no Parque, promovido pelo Centro Multiprofissional de Práticas Integrativas e Complementares da Saúde (Cempics) de Guarulhos, além de contar com uma exposição de origami da artista Megumi Sasada Toguchi e apresentação da banda de trabalhadores e usuários dos serviços de saúde mental, contou com pocket show reflexivo da cantora e compositora guarulhense Elís Lucas, que em seu repertório abordou temas como luto, depressão, fé e força interior.
Paralelamente ao sarau, dentro da sala multimídia do Centro Municipal de Educação do Fracalanza, usuários do Centro de Referência à Saúde do Idoso (Ceresi) participaram de atividades físicas e cognitivas voltadas à promoção da independência na terceira idade. Além disso, receberam orientações valiosas sobre os direitos da pessoa idosa, a importância do uso de temperos naturais, cuidados com a pele e informações sobre saúde bucal. No mesmo dia o Ceresi também realizou o primeiro Café Gerontológico, com a participação de médicos da atenção primária de saúde.
A programação do Setembro Amarelo foi encerrada nesta sexta-feira (29) com a roda de conversa “Saúde Mental - Como Vivemos?”, ministrada pelo psicólogo do CAPS AD Sieber Junior Santos no espaço multimídia do Centro Municipal de Educação Fracalanza, localizado dentro do parque. O evento marcou o término de uma semana repleta de solidariedade e conscientização no parque Júlio Fracalanza.
Fotos: Victória Gatto
Galeria de Imagem: https://www.guarulhos.sp.gov.br/node/23670
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